30/5/2018
Ashtanga - As oito partes da YogaOs oito passos da yoga Na raiz da filosofia indiana está Patanjali, o sábio que viveu há séculos e sistematizou os caminhos da ioga. Entender esses textos antigos, os Yoga Sutras, escritos por ele, é desvendar um pouco mais dessa cultura milenar [Texto: Bons Fluidos Digital (editado)] A origem ioga remonta a 2500 a.C. Naquele tempo, a tradição era passada oralmente de mestre a discípulo. Felizmente, a essência dessa filosofia milenar não se perdeu porque um sábio indiano, Patanjali, sistematizou por escrito esse conhecimento em 196 aforismos, chamados de Yoga Sutras, entre 400 e 200 a.C. Os Yoga Sutras mostram que a prática da ioga vai muito além da realização de posturas físicas. Na realidade, trata-se de um sistema filosófico dividido em oito passos (ashtanga) que devem ser seguidos integralmente no dia a dia. São eles: yama e niyamas, ambos com cinco etapas cada um, asana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi. 1) Yama ou Disciplina Base para qualquer linha de ioga, o yama, ou a disciplina, é composto por cinco orientações, voltadas para a formação do caráter e da ética e para o bom convívio em sociedade e consigo mesmo. Segundo os iogues, são pré-requisitos para o trabalho espiritual, sem os quais não é possível aquietar a mente e atingir a alma. 1. Não-violência - Ahimsa Mais do que não machucar o outro, o princípio da não-violência é também evitar o mal contra si mesmo. “É o não comer, beber ou trabalhar demais”, exemplifica Anna Ivanov, presidente da Sociedade Internacional de Yoga. “Além de não ser violento com gestos, palavras e olhares.” A violência, segundo Patanjali, também é praticada quando se tem pensamentos negativos ou ao desejar que algo ruim aconteça com o outro. Esse princípio passa também pela transformação das emoções. É o não responder o ódio com o ódio, mas aprender a lidar com os sentimentos. O iogue acredita que matar ou destruir uma coisa ou um ser é insultar seu Criador. 2. Verdade - Satya Satya é a verdade – em palavras, pensamentos e ações – consigo mesmo e com o outro. Para Patanjali, a falsidade gera perturbação mental, pois a todo momento é preciso arranjar desculpas para justificar a própria mentira. Isso ocupa um espaço nobre dentro da memória, fazendo com que a mente perca tempo com inutilidades. Já quem é comprometido com a verdade ocupa seus pensamentos com as coisas essenciais. 3. Não roubar - Asteya Mais do que não roubar, no sentido de furtar, asteya também está relacionado com invejar os bens alheios. Esse yama traz embutido um dos conceitos mais importantes dos fundamentos espirituais da Índia: o desapego. Para essa filosofia, o apego aos bens materiais e o tomar para si o que não lhe pertence causam perturbações mentais que distanciam o praticante do crescimento espiritual. 4. Continência - Brahmacharya “Há os que confundem brahmacharya apenas aos impulsos sexuais”, explica Marcos Rojo. Mas ser um praticante de ioga não implica ser celibatário. O sentido social do princípio da continência é a moderação, que vai da alimentação ao sexo e até mesmo ao uso do dinheiro. Comer em excesso, ter relações sexuais com vários parceiros diferentes é ir contra o bramacharya, por exemplo. 5. Não cobiçar - Aparigraha Para a ioga, o sentimento de posse, por alguém ou alguma coisa, pode levar ao sofrimento, pois geralmente condicionamos a felicidade a esse desejo. É uma ignorância acreditar ser possuidor de bens materiais: o que temos é o uso temporário das coisas. E não cobiçar é não ter apego e saber usufruir. Guardar uma roupa para não estragar ou sentir ciúme doentio é não praticar aparigraha. 2) Niyamas ou Autodisciplina Os niyamas estão relacionados a ações mentais saudáveis que todo praticante tem que ter. Os estudiosos da filosofia da ioga gostam de dizer que dá para reconhecer um bom praticante não pelo que ele fala ou faz com o corpo, mas por suas atitudes 1. Pureza - Saucha Diz respeito aos planos físico, emocional e mental. É comer alimentos saudáveis, manter o corpo limpo e praticar asanas e pranayamas. Mas é também ter a mente livre de sentimentos perturbadores, como ódio, cobiça e orgulho. “Essas toxinas emocionais causam flutuações na mente”, explica Marcos Rojo. 2. Contentamento - Samtosha Esse segundo nyama prega que a felicidade deve ser um sentimento independente dos acontecimentos externos ou de outra pessoa. Ou seja, seu contentamento não pode depender de uma promoção no trabalho ou de provas ininterruptas de carinho e amor por parte de seu companheiro. Lógico que isso ajuda muito, mas o estado de paz interior e alegria na vida é de sua responsabilidade, e sua manutenção depende exclusivamente de você. 3. Austeridade - Tapas É o esforço, a crença ou a força de vontade para alcançar um objetivo, mesmo diante de dificuldades. Ou, na tradução do mestre de ioga B. K. S. Iyengar, em seu livro A Luz da Yoga, o desejo ardente de purificar cada célula de nosso corpo. E é isso que leva a alma a se libertar, segundo Patanjali. É o não desistir diante de uma postura mais complicada ou que exija uma maior concentração. É transcender os limites naturais e assim chegar à auto-realização, que é o objetivo final do iogue. 4. Estudo de si mesmo - Svadhyaya O ponto de partida desse quarto estágio é a ampliação do entendimento da ioga e de si mesmo por meio da literatura sagrada. Bem entendido que esse conhecimento não deve ser apenas teórico, mas uma ferramenta preciosa para o desenvolvimento espiritual e pessoal. É obter instrumentos para ampliar o autoconhecimento, meditar sobre a própria natureza e mudar o jeito de encarar a vida. 5. Auto-rendição - Ishvara Para Patanjali, só após o corpo ser limpo por tapas, e quando o entendimento do eu for atingido por meio do svadhyaya, é que o iogue está pronto para ishvara, ou entregar-se a um ser divino. É reconhecer que existe uma ordem superior, à qual nossa essência divina está ligada. Nesse último passo do niyama, o praticante já anulou seu orgulho e desenvolveu a humildade e, assim, consegue seguir pelo caminho da devoção. 3) Asana ou Postura Esse termo em sânscrito equivale às posturas físicas, um dos pilares da prática. Para o iogue, esse estágio possibilita a transformação do corpo, em que a energia não encontrará mais obstáculos para circular livremente. Além disso, seu domínio leva à supressão da atividade intelectual, pavimentando o caminho para adquirir um grau elevado de consciência. Em um dos sutras, o mestre Patanjali diz que o asana tem que ser estável, firme e confortável, reduzindo o esforço do corpo ao mínimo necessário. Isso vai permitir ao iogue entrar num estado meditativo, um dos objetivos finais da prática de acordo com a escola clássica desse mestre indiano. Do ponto de vista físico, as posturas proporcionam alongamento, dão tônus, ampliam o autoconhecimento e têm ação sob as articulações e o sistema nervoso. Ao fazer o asana, o praticante faz um mergulho em seu corpo e se concentra. Para isso, não dá para ter pressa ou exigir demais de si mesmo, mais do que os músculos são capazes. Descobrir os próprios limites e superá-los é uma forma de não perder o contato consigo mesmo. Patanjali sintetiza com precisão o efeito dos asanas sobre quem os pratica: a dualidade entre corpo e mente desaparece. 4) Pranayama ou Controle da força Vital É o quarto estágio da ioga e se refere à expansão da energia vital por meio do controle da respiração. Ao mantê-la calma, é possível imprimir o mesmo ritmo à mente. Nos Yoga Sutras, Patanjali descreve o pranayama como “controlar o processo de inspirar e expirar”. Mais que isso, o pranayama exige quatro estágios: inspirar, manter os pulmões cheios de ar, expirar e permanecer um tempo com os pulmões vazios. “Se não houver as quatro etapas, não é pranayama”, explica Anna Ivanov, presidente da Sociedade Internacional de Yoga. Esses exercícios respiratórios fortalecem o sistema nervoso e harmonizam os pensamentos, as emoções e as atitudes, tornando-os mais harmônicos e equilibrados. 5) Pratyahara ou Retração dos sentidos Intimamente associado às duas últimas etapas do sistema proposto por Patanjali, representa uma transição entre os aspectos externos da ioga (yama, niyama, asana e pranayama) e os internos (dharana, dhyana e samadhi). Essa etapa busca libertar a mente dos estímulos exteriores para mergulhá-la na meditação. “Os pensamentos desordenados são os maiores obstáculos para quem busca meditar”, afirma Anna Ivanov. “Para aquietá-la, é preciso esvaziá-la, tranqüilizar as emoções e relaxar o corpo.” Isso pode ser feito de quatro maneiras: através do controle da energia vital, dos sentidos, do corpo e da mente. Estados que só são alcançados com muita prática e disciplina. 6) Dharana ou Concentração Busca fixar a atenção em um único ponto para evitar as flutuações mentais, abrindo assim caminho para o estado meditativo. Esse é o objetivo dessa etapa. Para facilitar a concentração, Patanjali propõe algumas práticas, como manter os olhos fixos na chama de uma vela, cantar mantras e repetir uma sílaba sagrada seguidamente. No início, pode ser difícil, por isso é necessário treino e perseverança. Com o tempo, ficará mais fácil domar os pensamentos e filtrar os ruídos externos. 7) Dhyana ou Meditação É o penúltimo passo para atingir o estado de iluminação. Trata-se da experiência real da meditação, no qual finalmente as flutuações da mente são dominadas e a concentração alcançada é máxima. É um estado muito difícil de ser atingido, mas não impossível. Infelizmente, não pode ser ensinado. Como os dois estágios anteriores, é necessário esforço e dedicação. Quem chega lá garante que vale a pena. 8) Samadhi - Hiperconsciência Segundo Patanjali, é o objetivo final da ioga, quando se tem acesso aos níveis mais profundos da consciência. Outros estudiosos dizem que é o momento em que ocorre a iluminação e a libertação da alma. Para B. K. S. Iyengar, samadhi é unir os três níveis de consciência num único: subconsciente, consciente e inconsciente. Já para a iogue Anna Ivanov, conseguimos atingir pequenos samadhis durante a vida. “Quando você senta de frente para o mar e não consegue sair dali porque está maravilhado com o que vê, isso é samadhi. É viver sensações de bem-estar sem nenhum pensamento atormentando.” E o objetivo do sistema da ioga, descrito pelos Yoga Sutras de Patanjali, tem muito disto: aprender a conquistar essa sensação com o que você tem dentro de você. E esse domínio do corpo e da alma é o que abre seus canais de intuição.) |
YEQL Yoga em Qualquer Lugar MUDRA: Este mantra pode ser feito em muitos mudras diferentes.
O mais comum é começar em Gyan Mudra. Manter os cotovelos retos enquanto canta e mudar os mudras tocando a ponta de cada dedo com a ponta do polegar com pressão firme. No SAA, toque no primeiro dedo (Jupiter) No TAA, toque no segundo dedo (Saturno) Na NAA, toque no terceiro dedo (Sol) No MAA, toque no quarto dedo (Mercury) Cantar três vezes nas seguintes formas: Normal: voz normal ou alta (o mundo) Sussurado: forte sussurro (desejo de pertencer) Silencioso: mentalmente; silencioso (infinito) TEMPO: 1) Comece o Kirtan Kriya com voz normal por 5 minutos; 2) então sussurre por 5 minutos; 3) em seguida, em silêncio somente com a música, vibrando silenciosamente os mantras por 10 minutos; 4) volte para o sussurro por 5 minutos; 5) por último, em voz alta por 5 minutos. Resumindo: Normal, 5 min / Sussurro, 5 min/ Silêncio, 10 min/Sussurro, 5 min/ Normal, 5 min (5, 5, 10, 5, 5 ou 10, 10, 20, 10, 10 ou 1, 1, 2, 1, 1 ou 2, 2, 4, 2, 2 e assim por diante, sempre mantendo a relação entre os tempos). A duração da meditação pode variar, desde que a proporção de normal, sussurro, silêncio, sussurro, normal seja mantida. Para finalizar: Esta sequência levará 30 minutos. Siga com um minuto de oração silenciosa. Então, inspire e expire. Estique a coluna, com as mãos para cima o máximo possível. Abra bem os dedos, respirando fundo várias vezes. Relaxar. Cada vez que se faz um mudra unindo o polegar com um dedo, o ego “sela” o efeito desse mudra na consciência. Os efeitos são os seguintes: 1 dedo: Gyan Mudra - Conhecimento 2º dedo: Shuni Mudra - Sabedoria, inteligência, paciência 3º dedo: Surya Mudra - Vitalidade, energia da vida 4º dedo: Buddhi Mudra - Capacidade de comunicar Histórico
May 2018
Agora que você já sabe porque não deve praticar Yoga, você pode dizer aos amigos que não pratica Yoga! :D
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